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Era um post que virou um artigo sobre Educomunicação

Por: Rita Garcia

Vou começar meu relato sobre esta leitura, A Era da Curadoria: O que importa é saber o que importa, contando um fato curioso sobre mim: sou procrastinadora. E há pouco tempo (numa outra leitura), descobri que para mim este ato está relacionado a um sentimento ligado à minha infância. Quando eu deixava de fazer algo, era notada (pois levava bronca). Sendo assim, até então, sempre que algo é muito legal, eu tenho a tendência de enrolar, pois associaVA a procrastinação com algo bom. AUTOCONHECIMENTO, MINHA GENTE! Enfim, eu levei cerca de um ano para finalizar essa leitura leve, curta e deliciosa. Isso porque eu amei cada linha que li.

O livro é um bate-papo entre o Cortella e o Dimenstein, no qual eles relacionam a Comunicação e a Educação como conceitos interligados e essenciais para a prática da curadoria. A ideia é de que a curadoria, em tempos atuais, em que a demanda de informações é gigantesca, é primordial. “O que importa é saber o que importa”. Saber identificar quais conteúdos são relevantes é um processo de inteligência.

“Educar pela comunicação; comunicar pela educação” – Aleluia, arrepiei. A frase está no livro e ouso afirmar que ela provavelmente é de autoria de muitos atores da área da Educação. Enxergo diversos gestores com que tive oportunidade de trabalhar fazendo essa afirmativa.

Com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento das crianças na utilização de ferramentas tecnológicas, acredito que esse livro é extremamente necessário para todos os gestores escolares. A pandemia mostrou que, na teoria, ainda se busca um caminho para o novo, deixando o “normal” no passado. Mas a prática ainda está muito próxima das antigas metodologias: apostila, leitura, prova e nota. Há de se começar a investir em metodologias de ensino-aprendizagem que coloquem os alunos como atores do processo.

A pirâmide de Glasser* mostra que 10% da aprendizagem se dá por leitura, 70% conversando, debatendo, 80% fazendo e 95% ensinando. Esses dados reforçam a relação entre Comunicação e Educação e dão subsídios para tornar essa união ainda mais sólida. Na obra, Cortella relaciona o livro como uma tecnologia, que, no passado, foi o meio pelo qual os educadores puderam ensinar. O processo de Educação ainda está diretamente relacionado ao livro (apostila).

Pensando na pirâmide de Glasser e na ideia de que o ensino de aprendizagem é maior em atividades ativas (conversa, debate, ensinar) e ainda que as novas gerações dominam programas e aplicativos de imagens e vídeo, me vêm alguns questionamentos à cabeça: por que ainda se insiste em apresentações de slides? Por que os métodos de avaliação são os mesmos de anos atrás? Por que não usar a tecnologia e a comunicação diretamente no ensino?

A comunicação, como processo inerente do ser humano, envolve a troca de informações entre pessoas. Essa troca ocorre por meio de palavras, sinais, movimentos e uma série de signos. É um processo que permite criar e interpretar mensagens que geram interações. Quantos colégios permitem o uso de celular em sala de aula como instrumento de aprendizagem? E o que é o celular na realidade em que vivemos? Uma ferramenta de comunicação em todos os sentidos.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) cita o uso das tecnologias na aprendizagem. Ela reconhece o papel fundamental da tecnologia e recomenda que sejam trabalhadas diferentes linguagens e mídias, propondo o desenvolvimento do senso crítico e, claro, com acompanhamento.

Enxergar a Comunicação como um processo intencional na Educação pode ajudar educadores a encontrar o caminho do novo a partir de ações de educação para a mídia; uso das mídias na educação; produção de conteúdos educativos; gestão democrática das mídias; e a prática do conhecimento em atividades pedagógicas.

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